22 de março de 2012

O bonequinho de pão-de-ló

Numa linda e quente tarde de verão,
a Vovó foi pra cozinha...
"Eu peguei ovos, açúcar e farinha!
E olha só o que foi que eu fiz:
Um lindo bonequinho de pão-de-ló.
Fica dormindo amiguinho que eu vou chamar o vovô!
Vovô, vovô! - gritou a Vovó - venha ver
o lindo bonequinho que eu fiz pra você comer!"
O bonequinho acordou,
ouviu e pensou:
"Comer? Comer? Isso não pode ser!"


"Vovó! - disse o Vovô.  Que bonequinho cheiroso!
Ele deve ser gostoso!"
Foi o bonequinho ouvir isso,
pra começar a cantar:
"Ninguém vai me pegar,
tró-ló-ló-ló-ló-ló-ló
Eu sei correr, eu sei pular
com minhas perninhas de pão-de-ló"


E o bonequinho da forma pulou,
da mesa saltou
 e saiu correndo porta afora,
deixando o Vovô e a Vovó
de queixo caído naquela hora.
Quando os dois se deram por conta
estavam correndo atrás do bonequinho:
"Volta aqui, seu sapeca! - diziam eles
Volta aqui para o nosso lanchinho!"

E o bonequinho corria, corria e corria
Até que chegou à estrebaria.
"Olha só a vaquinha Mimosa
- disse ele -
tão mansinha, tão graciosa."
A Mimosa se aproximou,
lambeu, cheirou
e mugiu:
"Hummm! Que bonequinho cheiroooso!
Ele deve ser gostooooso!"

"Comer? - gritou o bonequinho - Comer?
Isso não pode ser!
Ninguém vai me pegar,
tró-ló-ló-ló-ló-ló-ló
Eu sei correr, eu sei pular
com minhas perninhas de pão-de-ló."




E correu, correu o pão-de-ló...
foi quando encontrou a casinha do Totó.
"Que cachorrinho lindo, que pelo macio.
Posso ficar aqui se eu sentir frio?"
O Totó cheirou, pulou, lambeu.
E adivinha o que aconteceu?
"Au! Au! Au!
Que bonequinho cheiroso,
ele deve ser gostoso."




"Comer? - berrou o bonequinho - Comer?
Isso não pode ser!
Ninguém vai me pegar,
tró-ló-ló-ló-ló-ló-ló
Eu sei correr, eu sei pular
com minhas perninhas de pão-de-ló."


E o bonequinho correu, correu por aí.
E encontrou o gatinho Mimi.
"Que lindo gatinho,
carinhoso, fofinho.
Vem cá, vem cá!
Quero te pegar um pouquinho."
O gatinho, de mansinho,
deitou no colo do bonequinho.
"Miaaau! Miaaau!
Que bonequinho cheiroso!
Ele deve ser gostoso."

"Comer? - berrou o bonequinho - Comer?
Isso não pode ser!
Ninguém vai me pegar,
tró-ló-ló-ló-ló-ló-ló
Eu sei correr, eu sei pular
com minhas perninhas de pão-de-ló."


E o bonequinho correu mundo
até que...
"Parei!"
Ué? Bonequinho, por que você parou?
"Parei, porque um rio eu encontrei!"
Um rio enorme, azul, muito fundo.


"Ah! Um rio, um rio no meu caminho!
Eu sou tão pequenininho!
Não sei nadar!
Se eu soubesse voar!"
Tão logo ele terminou de falar,
um vento forte começou a soprar.
Soprou, soprou
e o bonequinho voou.
"Estou subindo, voando...
A ventania está me levando."
E tão alto o bonequinho flutuou,
que o rio ele A-TRA-VES-SOU.

"Consegui, consegui!
Que lugar lindo é aqui.
E ficou todo mundo pra trás:
o Mimi,
o Totó,
a Mimosa,
o Vovô
e a Vovó."

Nesse lugar, havia muitos bonequinhos
todos feitos de pão-de-ló.
"Olha só!
São todos parecidinhos comigo!
Eu posso ser mais um amigo?"
Todos os bonequinhos concordaram.
Alegres, dançando, pularam.
"Adeus, Vovô!
Adeus, Vovó!
Que eu, para sempre, vou ficar
com meus amiguinhos
de pão-de-ló."


(áudio original)
Adaptação: Elza Fiuza
Orquestração: Radamés Gnatalli
Narração e interpretação: Nely Martins e Teatro Disquinho

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