__Que estrela é aquela? –
perguntou um deles aos outros.
__Nunca vi estrela tão grande
assim! – disse o outro.
__E parece que ela está indo
naquela direção! – completou o terceiro.
Os três olharam curiosos e
disseram ao mesmo tempo:
__Algo especial vai acontecer!!! Precisamos ver!!!
Então, um deles encheu uma
caixinha com pequenas pepitas de ouro. O outro colocou num pequeno saquinho
pedacinhos de madeira perfumada. O
terceiro encheu um outro saquinho com as folhas de uma plantinha que servia
para fazer chás e curar muitas doenças. Os
três juntos partiram na direção que a estrela indicava.
Enquanto isso, bem longe dali,
havia um boizinho. Pobre bichinho!
Trabalhava muito, puxando arado para semear a terra e puxando carroças
carregadinhas de pasto. Pena que muitas vezes o pasto nem era para ele. Quantas
vezes o boizinho teve vontade de comer aquela grama fresquinha! Que nada! Mal
se virava para trás para tentar provar um pouco e seu dono o enchia de
chicotadas, mandando que ele andasse mais rápido e trabalhasse.
Naquela noite, o boizinho foi
atraído pela luz que vinha daquela estranha estrela. Um brilho diferente de
todos os outros. E o boizinho decidiu:
__Não quero mais sofrer tanto
assim! Vou fugir! Encontrar um lugar com grama verdinha que eu possa comer à
vontade. Um lugar onde eu não precise apanhar para trabalhar.
Mas, então, o boizinho lembrou
que nunca tinha saído de perto de casa. E se ele se perdesse? Ao olhar para o céu, teve uma ideia: a
estrela podia guiá-lo para outro lugar.
E o boizinho sentiu-se corajoso.
Ergueu-se e partiu na direção que a estrela indicava.
Bem perto de onde o boizinho
estava, havia uma cidade muito pequena.
Seu nome era Belém. Naqueles
dias, Belém estava movimentada porque pessoas de todos os lugares tinham ido visitá-la. Era tanta gente que quase não havia mais
lugares para os que chegavam.
Em Belém, existia um
burrinho. Pobre bichinho! Seu dono o fazia transportar os visitantes para
tudo quanto era lugar. E o burrinho
subia e descia as ladeiras sem descanso.
Havia gente levinha... mas como havia gente pesada! As costas doíam muito e seu dono não o
deixava parar para tomar uma água fresquinha.
Numa dessas horas, tão cansado o burrinho ficou que suas pernas não
conseguiam mais se mover... nem pra frente... nem pra trás... nem pra um
lado... nem pra outro.
O dono do burrinho ficou muito
zangado. Bateu nele com um chicote e
resolveu abandoná-lo ali mesmo na entrada da cidade. Ele tinha ganhado tanto dinheiro que poderia
comprar dois burrinhos mais fortes que aquele.
Quando a noite chegou, o burrinho estava ali, solto na rua, com fome,
com frio e sem forças para poder caminhar.
__O que eu faço agora? Queria tanto morar com uma família que
gostasse de mim!
Com lágrimas nos olhos, o
burrinho viu o reflexo do brilho da estrela nas pedras da rua e olhou para
cima. A estrela parecia estar em cima da cidade, iluminando tudo mais que a lua
e o sol. O burrinho viu também um homem e uma mulher que se aproximavam. O
homem tinha aparência cansada. A moça estava esperando nenê e caminhava com
bastante dificuldade, quase tropeçando na calçada.
O burrinho fez um esforço,
ergueu-se, aproximou-se da moça e baixou a cabeça, oferecendo carona. A moça
entendeu, sorriu, passando a mão nas orelhas do burrinho e subiu em suas
costas. O burrinho então sentiu que todo o cansaço havia sumido e que ele
parecia tão leve como se nunca tivesse carregado ninguém.
O casal levou o burrinho para
uma estrebaria. O boizinho já estava lá comendo um pasto muito macio. O
burrinho sentou-se junto a ele. Estava
tão frio que todos ficaram juntinhos do homem e da moça para se aquecerem. De
repente, a estrela começou a brilhar muito forte, tão forte que eles não
conseguiam ver nada. Quando o brilho diminuiu e a estrela parou no céu, uma
surpresa! Numa caminha feita com palha, estava uma criança: o menino Jesus.
Foi então que chegaram os três
reis, lá do começo da nossa história.
Eles se ajoelharam diante da caminha, sorriram para o menino e lhe deram
os três presentes que haviam trazido. É
por isso que as crianças ganham presentes na noite de Natal... para lembrarem
do menino Jesus. O menino que veio nos ensinar a tratar bem todas as pessoas e
animais. O menino que veio nos ensinar a amar.
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História inspirada na tradição popular e
no livro Um burrinho de sorte de Chloris de Araújo.
Os superagradecimentos da SuperHoraDoConto
à colaboradora Nádia Faganello que mais uma vez nos cedeu gentilmente seu presépio.
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