26 de outubro de 2013

Corina Curiosa e o maior buraco do mundo


__Ai, ai! Que soninho bom... tive tantos sonhos... tantos sonhos. Mas o melhor foi um que vou contar a vocês: cavar o maior buraco do mundo.  O maior mesmo... não um buraco de coelho, nem um buraco de ratinho... mas o maior, mais gigantesco e incrível buraco do mundo.
Foi assim que Corina Curiosa, uma coelhinha muito esperta, acordou em sua caminha aquele dia.  Bem cedo ela pulou da cama e foi contar a ideia ao papai.
__Hum! O que você vai aprontar hoje, Corina? - perguntou o papai carinhosamente, quando viu a coelhinha chegar com um sorriso no rosto na mesa do café da manhã.
__Papai, papai! Eu tive uma grande ideia.  Eu vou cavar o maior buraco do mundo!!!
__Mas que boa ideia, filhota!! - sorriu o papai.
__Sim, uma ótima ideia... eu vou cavar, cavar, cavar até chegar à China... - e Corina pensou um pouco - Não, papai! Vou cavar até chegar ao Polo Sul...
__Ora, Corina, e por que o Polo Sul? - Papai Coelho perguntou interessado.
__Ah! Porque eu quero muito encontrar um pinguim...
__Então, nesse caso, você tem que levar um casaquinho - disse Papai Coelho enquanto alcançava para a filhinha curiosa um agasalho de lã.  - Faz muito frio lá no Polo Sul.
__Obrigado, papai! Eu vou indo, viu?!
__Você volta para o almoço, Corina - disse papai, sorrindo.
__Claaaaaro! - gritou Corina correndo para fora.
Lá fora havia muito espaço e a coelhinha saiu a procurar o melhor lugar para escavar o maior buraco do mundo.
__Hum! Aqui a terra é fofinha - disse ela, mexendo num canteiro da horta. - Ah! Mas não posso cavar aqui... é onde o papai planta suas cenouras...
E Corina procurou e procurou.  Num lugar a terra era muito dura, no outro lugar, a terra estava cheia de pedras.
__Ah! Achei! É aqui mesmo! - E Corina começou a cavar.
__Mas o que é isso!? - disse uma vozinha. O que você pensa que está fazendo!?
Era a Minhoca que morava ali no quintal.  Ela estava furiosa.
__Eu sou Corina, dona Minhoca! - disse a coelhinha. - E vou cavar o maior buraco do mundo!
__Pois vá cavar em outro lugar! Aqui é o meu jardim! E ninguém, a não ser eu, tem o direito de cavar aqui nesta terra!
__Tá bom! Tá bom! Eu coloco a terra no lugar. - respondeu Corina meio assustada, meio triste.
E lá se foi a Minhoca para sua toca, resmungando.
Carina saiu a procurar outro lugar.
__Humm! Este morro tem a terra fofinha! Vou começar agora mesmo!
Mal ela tinha começado a cavar, apareceu na terra a Topeira, usando seus óculos.
__Quem você pensa que é!? O que você pensa que está fazendo??? - gritou a Topeira.
__Eu sou a coelhinha Corina, muito prazer em conhecê-la! - disse ela, assustada. - Estou cavando o maior buraco do mundo.
__Prazer em conhecer?! Você teria prazer em alguém destruindo o seu quarto?!
__Mas, dona Topeira...
__Não quero saber! Pode colocar a terra de volta no lugar!!!
E resmungando, dona Topeira voltou para sua toca e ficou gritando lá de dentro, só parando quando Corina tinha devolvido cada um dos grãozinhos de terra que cavoucara.
Agora Corina estava desanimando. Parecia impossível encontrar um lugar desocupado para escavar e fazer o maior buraco do mundo!  Mas ela não desistiu. Encontrou um lugar com terra macia e começou novamente a cavar.
__Olha só! - gritou ela toda contente. - Cavei tão fundo que encontrei um osso.... um osso.... deve ser de algum dinossauro... aposto que é do dedo mindinho do pé de um tiranossauro rex.
E Corina já estava fazendo planos de contar a todos a grande novidade que tinha achado, quando...
__Au! Au! Au! Devolva o meu osso, coelhinha metida! - latiu revoltado o Cachorro.
__Seu osso?! Mas fui eu que achei, cachorrinho! - disse Corina, um pouco brava e um pouco triste.
__Ah, mas fui eu que ganhei e enterrei aí... e fique sabendo que isso não é osso de dinossauro coisíssima nenhuma.  Só se venderem ossos de dinossauro no açougue... E pode parar de cavar aí porque você é capaz de estragar meu esconderijo de ossos.
Corina devolveu o osso ao Cachorro e se deixou cair deitada no fundo do buraco que tinha cavado.
__Nunca vou conseguir cavar o maior buraco do mundo... nunca... nunca... nunca...
Nessa hora, quando a coelhinha já pensava em chorar, apareceu o Papai Coelho.
__Corina! - gritou Papai Coelho como se a filha estivesse mesmo no fundo do maior buraco do mundo. - Você está aí?
__Sim, papai! - respondeu a coelha com uma voz fraquinha e cansada.
__Nossa! Seu buraco está tão grande que nem consigo enxergar você direito, filhinha! - disse Papai Coelho estendendo a pata para que ela subisse - Venha que está na hora do almoço!
__Tá bom! Tá bom!
__Ah! Corina... traga também seu casaco porque no Polo Sul faz muito frio...
Corina olhou o Papai Coelho admirada.
__Então eu consegui chegar ao Polo Sul?! - falou ela toda animada. - Papai! Papai! Será que os pinguins gostam de cenoura???
__Olha, filhinha, isso eu não sei... mas se encontrarmos algum podemos perguntar. - falou Papai Coelho abraçando Corina.
Autora e ilustradora: Mary-Louise Gay
Editora: Brinque-Book



Nenhum comentário: